Ao acabar a história da Recruta Caimana, as meninas vêm alguém saindo de trás de uma arvore e se aproximando do círculo de Caçadoras. Elas logo entram em guarda, mas relaxam depois que a figura misteriosa se aproximou da luz
-Será que tem espaço para uma ex-caçadora contar a sua história também?
-LIIIIIIH – gritou Kennis abrindo um sorriso. – O que está fazendo por aqui?
-Bom, eu estava rastreando um ciclope que se rebelou, e acabei encontrando vocês...
-Conte sua história, então.
Ela se sentou ao lado das meninas e então começou a narrar a sua história.
Bom, o meu pai é o Dionísio, e a razão pela qual ele se interessou pela minha mãe foi por causa do vinho. Há muitos anos atrás ela era casada com um homem muito controlador, e, depois de passar por tempos infelizes ao lado dele, decidiu dar um basta na história e se separou. Com a nova situação ela precisou começar a trabalhar para se sustentar, e, como ela sempre adorou vinhos, decidiu iniciar um pequeno negócio como produtora artesanal, e, modéstia parte, os vinhos que ela faz são maravilhosos. Não demorou muito para a marca ficar conhecida e o sabor dos vinhos chamar a atenção do meu querido pai. Ele ia até a loja todos os dias para comprar a bebida e conversar... Depois de meses de lenga lenga que eu não vou contar aqui, os dois se apaixonaram e eu nasci, foi uma coisa bem acidental.
Até ele ir embora, nunca contou pra minha mãe quem ele realmente era, achou que não fosse importante falar, e só descobrimos a verdade quando eu fiz 16 anos e ele teve que vir me salvar de alguns Lestrigões que me perseguiram perto do lago depois de uma aula.
Eu tive uma saída de campo com a escola e decidimos ir nadar depois da saída. Ótima ideia no começo, até que meus amigos foram embora e eu decidi ficar mais um pouco observando os carros passarem perto da ponte JK. Estava tudo ótimo, até que vi umas pessoas esquisitas com umas lanças vindo na minha direção. No começo não liguei muito, mas eles chegavam cada vez mais perto e eu só ouvia eles dizendo “semieusa pro jantar... Hmmm”, e, quando as lanças deles estavam praticamente me espetando eu comecei a correr, correr muito, e eles não paravam. Já estava pensando no meu testamento quando tropecei em um cara alto com cara de mau-humor e um cheiro bom de uvas, ele me colocou atrás dele e, não sei como, porque eu parei de olhar nessa hora, destruiu os monstros.
-Você está bem?
-S-sim... Quem é você? O que eram esses caras? Porque eles estavam atrás de mim?
-Uma pergunta de cada vez.
-Pode começar a responder...
-Vamos te tirar daqui primeiro, você e sua mãe não estão seguras.
-O que a minha mãe tem a ver com isso?
-Chega de perguntas por agora, vamos, o meu carro está ali.
-Porque eu entraria em um carro com um estranho?
-Porque eu salvei sua vida (?)
-Minha mãe disse pra nunca confiar em estranhos.
-Humanos... Eu não vou te machucar, vamos logo, o tempo está passando e eu deveria estar no acampamento, não aqui.
-Que acampamento?
-SEM PERGUNTAS. Agora vamos.
-Saiba que se algo acontecer comigo eu sei lutar...
-Que seja...
Por alguma razão eu entrei no carro com aquele homem estranho e deixei que ele me levasse até em casa, quando chegamos minha mãe ficou olhando pra ele com a maior cara de bocó e eu não entendi mais nada. Assim que chegamos ela me trancou pra fora de casa por 30 minutos e eles conversaram aos cochichos e finalmente me deixaram entrar.
-Filha... É melhor você se sentar.
-Mãe... Você está me assustando.
-Vou deixar vocês dois conversarem, isso é demais pra mim.
-Mas mãe... – Ela saiu e me deixou falando sozinha.
-Bom, Liih. Meu nome é Dionísio.
-Pera aí, tipo o deus do vinho? Hahahahaha.
-Me deixa falar até o final. Meu nome é Dionísio e eu SOU o deus do vinho, e de outras coisas que não vem ao caso. E eu sou seu pai. E aquelas coisas atrás de você na ponte eram Lestrigões. Você é uma semideusa e tem mais monstros de onde aqueles saíram. Você sobreviveu por muito tempo no mundo exterior mas agora é hora de te levar para o acampamento meio-sangue, onde você vai receber treinamento e vai ficar segura.
A cada palavra que ele dizia eu ficava mais boquiaberta e incrédula. Ele devia estar louco e eu estava rindo da cara dele, mas, pela cara séria dele eu fui parando com as risadas lentamente e lembrando de certas coisas estranhas que me aconteceram durante a vida.
-Pera aí... Você está falando sério...?
-Sim.
-Mas... Eu não quero ir pra esse acampamento aí, eu tenho uma vida aqui.
-E ela vai acabar se não vier ao acampamento. E você está colocando a sua mãe em risco ficando aqui... Você tem que tomar uma decisão imediatamente.
Nesse momento eu olhei para a porta e vi minha mãe com lágrimas nos olhos, e eu soube que eu deveria partir, por ela. Levantei e lhe dei um abraço forte, ficamos lá, abraçadas e chorando por vários minutos, até que ela me entregou uma bolsa com algumas roupas e eu sabia que era hora de ir.
Fui embora com meu pai, havia um silêncio mortal no carro, até que chegamos ao Parque da Cidade.
-Desça do carro e entre no castelo, haverá outros semideuses esperando por você lá.
-Tá...
-E não diga a ninguém que eu fui te buscar, eu não deveria ter ido.
-Sim senhor, senhor.
Saí do carro e entrei no castelinho, havia outras pessoas lá, com espadas, correndo para todos os lados e lutando.
Passei dois anos no Acampamento até que as Caçadoras ficaram lá por uns dias enquanto Ártemis ia para um compromisso no Olimpo, e eu fiquei fascinada por elas. A perícia com o arco, a independência... Fora que eu odiava ficar presa no Acampamento. Me aproximei das meninas e comecei a treinar com elas como recruta por várias semanas, até que a deusa retornou e aceitou meu juramento, finalmente me juntei a caçada. Depois disso saí do Acampamento e percorremos o mundo. Nesse período Dionísio cortou totalmente as relações comigo, pois não aceitava ter uma filha caçadora. Ele dizia que isso ia contra tudo o que ele representava, mas, eu era bem mais feliz como Caçadora do que era como parte do Acampamento.
Depois de muito tempo como Caçadora, Lady Ártemis foi sequestrada e saímos em uma missão para salvá-la, foi aí que as coisas começaram a dar errado. Quase morri várias vezes, mas finalmente conseguimos salvar Ártemis e seu irmão, Apolo. No caminho para o Acampamento eu fui sequestrada por um Ciclope, que estava com muita raiva por termos conseguido salvar os deuses. Nesse meio tempo pessoas do acampamento e as Caçadoras me procuraram, e a pessoa que me achou foi meu melhor amigo, Leonardo, um semideus filho de Poseidon. Ele se sacrificou para me tirar de lá, e teve o coração arrancado por um dos monstros que me mantinham presa... Aquilo me destruiu completamente e eu implorei aos deuses que o trouxessem de volta. Zeus ficou com pena de mim, e, como compensação por eu ter salvo Ártemis (no caso eu atirei a flecha que matou o monstro que a prendia), disse que poderia trazer o Leo de volta... Se eu desse para ele metade do meu coração, mas isso iria significar sair da Caçada, pois teríamos que estar sempre próximos e porque um homem teria o meu coração. Era um sacrifício precioso em troca de alguém precioso. Eu aceitei o acordo sem pensar duas vezes, e, desde então voltei para o Acampamento. Foi assim que eu entrei e saí da Caçada... Sinto falta de vocês, meninas.
~Liih
~Beijos de Luz da Aurora
-Será que tem espaço para uma ex-caçadora contar a sua história também?
-LIIIIIIH – gritou Kennis abrindo um sorriso. – O que está fazendo por aqui?
-Bom, eu estava rastreando um ciclope que se rebelou, e acabei encontrando vocês...
-Conte sua história, então.
Ela se sentou ao lado das meninas e então começou a narrar a sua história.
Bom, o meu pai é o Dionísio, e a razão pela qual ele se interessou pela minha mãe foi por causa do vinho. Há muitos anos atrás ela era casada com um homem muito controlador, e, depois de passar por tempos infelizes ao lado dele, decidiu dar um basta na história e se separou. Com a nova situação ela precisou começar a trabalhar para se sustentar, e, como ela sempre adorou vinhos, decidiu iniciar um pequeno negócio como produtora artesanal, e, modéstia parte, os vinhos que ela faz são maravilhosos. Não demorou muito para a marca ficar conhecida e o sabor dos vinhos chamar a atenção do meu querido pai. Ele ia até a loja todos os dias para comprar a bebida e conversar... Depois de meses de lenga lenga que eu não vou contar aqui, os dois se apaixonaram e eu nasci, foi uma coisa bem acidental.
Até ele ir embora, nunca contou pra minha mãe quem ele realmente era, achou que não fosse importante falar, e só descobrimos a verdade quando eu fiz 16 anos e ele teve que vir me salvar de alguns Lestrigões que me perseguiram perto do lago depois de uma aula.
Eu tive uma saída de campo com a escola e decidimos ir nadar depois da saída. Ótima ideia no começo, até que meus amigos foram embora e eu decidi ficar mais um pouco observando os carros passarem perto da ponte JK. Estava tudo ótimo, até que vi umas pessoas esquisitas com umas lanças vindo na minha direção. No começo não liguei muito, mas eles chegavam cada vez mais perto e eu só ouvia eles dizendo “semieusa pro jantar... Hmmm”, e, quando as lanças deles estavam praticamente me espetando eu comecei a correr, correr muito, e eles não paravam. Já estava pensando no meu testamento quando tropecei em um cara alto com cara de mau-humor e um cheiro bom de uvas, ele me colocou atrás dele e, não sei como, porque eu parei de olhar nessa hora, destruiu os monstros.
-Você está bem?
-S-sim... Quem é você? O que eram esses caras? Porque eles estavam atrás de mim?
-Uma pergunta de cada vez.
-Pode começar a responder...
-Vamos te tirar daqui primeiro, você e sua mãe não estão seguras.
-O que a minha mãe tem a ver com isso?
-Chega de perguntas por agora, vamos, o meu carro está ali.
-Porque eu entraria em um carro com um estranho?
-Porque eu salvei sua vida (?)
-Minha mãe disse pra nunca confiar em estranhos.
-Humanos... Eu não vou te machucar, vamos logo, o tempo está passando e eu deveria estar no acampamento, não aqui.
-Que acampamento?
-SEM PERGUNTAS. Agora vamos.
-Saiba que se algo acontecer comigo eu sei lutar...
-Que seja...
Por alguma razão eu entrei no carro com aquele homem estranho e deixei que ele me levasse até em casa, quando chegamos minha mãe ficou olhando pra ele com a maior cara de bocó e eu não entendi mais nada. Assim que chegamos ela me trancou pra fora de casa por 30 minutos e eles conversaram aos cochichos e finalmente me deixaram entrar.
-Filha... É melhor você se sentar.
-Mãe... Você está me assustando.
-Vou deixar vocês dois conversarem, isso é demais pra mim.
-Mas mãe... – Ela saiu e me deixou falando sozinha.
-Bom, Liih. Meu nome é Dionísio.
-Pera aí, tipo o deus do vinho? Hahahahaha.
-Me deixa falar até o final. Meu nome é Dionísio e eu SOU o deus do vinho, e de outras coisas que não vem ao caso. E eu sou seu pai. E aquelas coisas atrás de você na ponte eram Lestrigões. Você é uma semideusa e tem mais monstros de onde aqueles saíram. Você sobreviveu por muito tempo no mundo exterior mas agora é hora de te levar para o acampamento meio-sangue, onde você vai receber treinamento e vai ficar segura.
A cada palavra que ele dizia eu ficava mais boquiaberta e incrédula. Ele devia estar louco e eu estava rindo da cara dele, mas, pela cara séria dele eu fui parando com as risadas lentamente e lembrando de certas coisas estranhas que me aconteceram durante a vida.
-Pera aí... Você está falando sério...?
-Sim.
-Mas... Eu não quero ir pra esse acampamento aí, eu tenho uma vida aqui.
-E ela vai acabar se não vier ao acampamento. E você está colocando a sua mãe em risco ficando aqui... Você tem que tomar uma decisão imediatamente.
Nesse momento eu olhei para a porta e vi minha mãe com lágrimas nos olhos, e eu soube que eu deveria partir, por ela. Levantei e lhe dei um abraço forte, ficamos lá, abraçadas e chorando por vários minutos, até que ela me entregou uma bolsa com algumas roupas e eu sabia que era hora de ir.
Fui embora com meu pai, havia um silêncio mortal no carro, até que chegamos ao Parque da Cidade.
-Desça do carro e entre no castelo, haverá outros semideuses esperando por você lá.
-Tá...
-E não diga a ninguém que eu fui te buscar, eu não deveria ter ido.
-Sim senhor, senhor.
Saí do carro e entrei no castelinho, havia outras pessoas lá, com espadas, correndo para todos os lados e lutando.
Passei dois anos no Acampamento até que as Caçadoras ficaram lá por uns dias enquanto Ártemis ia para um compromisso no Olimpo, e eu fiquei fascinada por elas. A perícia com o arco, a independência... Fora que eu odiava ficar presa no Acampamento. Me aproximei das meninas e comecei a treinar com elas como recruta por várias semanas, até que a deusa retornou e aceitou meu juramento, finalmente me juntei a caçada. Depois disso saí do Acampamento e percorremos o mundo. Nesse período Dionísio cortou totalmente as relações comigo, pois não aceitava ter uma filha caçadora. Ele dizia que isso ia contra tudo o que ele representava, mas, eu era bem mais feliz como Caçadora do que era como parte do Acampamento.
Depois de muito tempo como Caçadora, Lady Ártemis foi sequestrada e saímos em uma missão para salvá-la, foi aí que as coisas começaram a dar errado. Quase morri várias vezes, mas finalmente conseguimos salvar Ártemis e seu irmão, Apolo. No caminho para o Acampamento eu fui sequestrada por um Ciclope, que estava com muita raiva por termos conseguido salvar os deuses. Nesse meio tempo pessoas do acampamento e as Caçadoras me procuraram, e a pessoa que me achou foi meu melhor amigo, Leonardo, um semideus filho de Poseidon. Ele se sacrificou para me tirar de lá, e teve o coração arrancado por um dos monstros que me mantinham presa... Aquilo me destruiu completamente e eu implorei aos deuses que o trouxessem de volta. Zeus ficou com pena de mim, e, como compensação por eu ter salvo Ártemis (no caso eu atirei a flecha que matou o monstro que a prendia), disse que poderia trazer o Leo de volta... Se eu desse para ele metade do meu coração, mas isso iria significar sair da Caçada, pois teríamos que estar sempre próximos e porque um homem teria o meu coração. Era um sacrifício precioso em troca de alguém precioso. Eu aceitei o acordo sem pensar duas vezes, e, desde então voltei para o Acampamento. Foi assim que eu entrei e saí da Caçada... Sinto falta de vocês, meninas.
~Liih
~Beijos de Luz da Aurora
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